IA generativa no e-commerce: um olhar além dos textos

Por Eduardo Cunha

A Inteligência Artificial Generativa (GenAI) ganhou bastante destaque e se popularizou nos últimos meses, trazendo oportunidades e desafios a serem endereçados por empresas de diversas áreas, inclusive de e-commerce. Essa tecnologia tem o potencial de otimizar diversas tarefas, deixando os funcionários humanos livres para desempenharem atividades que exigem pensamento crítico e planejamento estratégico.

Usos da IA generativa no e-commerce

As utilizações da GenAI no comércio eletrônico, de modo geral, abrangem tanto a aceleração de demandas executadas por profissionais que atuam na área quanto a criação de melhores experiências para os consumidores.

O uso mais intuitivo da inteligência artificial (IA) nos bastidores do e-commerce é na geração de textos e imagens para descrições e anúncios de produtos. Existem muitas ferramentas que podem facilitar essas tarefas, como o ChatGPT, o Bard, o Midjourney e o DALL-E.

Essa utilização da IA não só produz textos e imagens de forma mais rápida, mas também contribui para melhor ranquear a loja nos mecanismos de busca de acordo com as diretrizes de SEO (Search Engine Optimization).

Além disso, como IAs são basicamente modelos estatísticos que reconhecem padrões e executam tarefas, uma de suas principais vantagens é a capacidade de analisar quantidades estratosféricas de dados em tempos incomparavelmente menores do que cérebros humanos.

Portanto, é possível empregá-la para extrair ideias e insights de bases de dados de clientes, o que é fundamental na elaboração de estratégias inovadoras e eficientes.

Um desses enfoques envolve, por exemplo, a potencialização da prospecção de clientes e do fechamento de negócios. Isso pode ajudar os colaboradores humanos a encontrarem potenciais clientes mais compatíveis com os produtos e serviços oferecidos pela empresa e a conduzirem a negociação de acordo com suas preferências.

Veja também: Explorando as Potencialidades da IA Generativa na Revolução Digital

A IA no comportamento do consumidor

Partindo dos insumos dos bancos de dados, os e-commerces podem utilizar a IA na investigação dos comportamentos de seus consumidores. A partir disso podem fornecer recomendações de produtos personalizadas e criarem programas de fidelização.

A IA não só é útil para os profissionais do e-commerce, ela também se reflete nas interações com os clientes de lojas digitais, principalmente nas formas de atendimento, pois pode ser empregada na criação de chatbots solícitos e eficientes e para a colaboração com atendentes humanos, ajudando-os a processarem com mais rapidez o histórico dos clientes a fim de apresentarem as melhores opções de produtos e serviços.

Ainda, a IA encontra um terreno particularmente fértil em lojas de móveis, decoração, vestuário e acessórios. Por meio de sua integração com sistemas de realidade aumentada, os clientes conseguem experimentar virtualmente os produtos e visualizar como eles se harmonizariam em seus espaços e com seus corpos.

O Google, por exemplo, recentemente lançou um recurso de IA que permite que os usuários verifiquem como peças de roupa se adequam a corpos de diferentes tipos e tamanhos.

Outra utilização inovadora da IA é em busca de otimizar a experiência que o consumir tem na loja online. A Amazon implementou em seu site uma inteligência artificial capaz de gerar resumos das avaliações sobre os produtos, poupando, assim, o tempo dos consumidores. Os excertos vêm com um aviso, indicando que foram criados por IA, e ainda requerem aprimoramentos de linguagem e precisão.

Por fim, a inteligência artificial pode evoluir a fim de contribuir para a integração de todos os canais e tecnologias que compõem um e-commerce, funcionando como um centro integrativo que acompanhará e contextualizará a jornada de compra. Essa abordagem será importante para garantir que a comunicação entre consumidores e lojas esteja em sintonia, independentemente da plataforma ou ferramenta utilizada.

Cuidados éticos do uso da IA em e-commerces

Contudo, apesar do grande potencial da inteligência artificial nas empresas de comércio eletrônico,
é preciso ter alguns cuidados ao operar essa tecnologia, mitigando os riscos que ela pode oferecer.

As principais preocupações envolvem a privacidade e a segurança dos dados dos clientes,
os vieses das respostas geradas pelos algoritmos e a reprodução de exclusões e preconceitos no processamento de informações.

A inteligência artificial é uma tecnologia em expansão e, se empregada de forma ética e transparente, proporcionará experiências mais satisfatórias a clientes e profissionais do e-commerce, levando, assim, a melhores resultados.

Eduardo Cunha é diretor de vendas no Grupo JBQ.Global. Com formação na ESPM, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Saint Paul Institute, o executivo também é associado da I2AI (International Association of Artificial Intelligence), uma associação sem fins lucrativos que conecta pessoas, negócios, conhecimento e tecnologia para acelerar a adoção sustentável da Inteligência Artificial no mundo.

Este artigo foi publicado originalmente no portal E-commerce Brasil.

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